[GABARITO] D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão - 9 ano

 D3 - RESPOSTAS

Questão 1. A expressão “Bonito pra chover”, no cearensês, significa que

a) o céu fica mais bonito quando chove.

b) o céu cearense é o mais bonito do Brasil.

c) o povo cearense gosta da chuva.

d) a chuva é um fenômeno comum no Ceará.

Comentário

A autora explica que, no Ceará, ao contrário de outras regiões onde o céu claro é considerado bonito, um dia chuvoso também é visto como algo belo, provavelmente pelo valor da chuva em um lugar onde ela pode ser rara e necessária. Ao dizer que "Bonito pra chover" significa que o povo cearense gosta da chuva, a alternativa C está correta, pois reflete uma apreciação cultural pela chuva, possivelmente devido ao clima seco característico da região. Essa expressão mostra como a chuva é valorizada e bem-vinda pelos cearenses, representando mais que um fenômeno natural; é algo que gera alegria e beleza para eles. As demais alternativas não capturam esse aspecto cultural e afetivo da expressão.

(Prova Brasil).Leia o texto abaixo:

Realidade com muita fantasia

Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais brasileiros. Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de crítica e alguns já foram publicados no exterior.

Muito atento às situações-limite que desagradam à vida humana, Scliar combina em seus textos indícios de uma realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia é harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das histórias.

Em sua obra, são freqüentes questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como, por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”.

Para Gostar de Ler, volume 27. Histórias sobre Ética. Ática, 1999.

Questão 2. A expressão sublinhada em “é ainda um biógrafo de mão cheia” (ℓ. 2) e (ℓ. 3) significa que Scliar é

A) crítico e detalhista.

B) criativo e inconsequente.

C) habilidoso e talentoso.

D) inteligente e ultrapassado.

Gabarito comentado

Moacyr Scliar foi um escritor e médico brasileiro conhecido por sua escrita criativa que combinava elementos da realidade com fantasia. Ele também era um biógrafo, e a frase "de mão cheia" significa que ele era muito talentoso e habilidoso nessa área.

A alternativa correta é a C) habilidoso e talentoso. As outras opções não se encaixam no contexto da frase.

(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

O Sapo

 Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou a bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. "Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!" Olhou fundo nos olhos dele e disse: "Você vai virar um sapo!" Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo. 

ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994. 

Questão 3. No trecho "O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava", a expressão destacada significa que:

A) não deu atenção ao pedido de casamento. 

B) não entendeu o pedido de casamento. 

C) não respondeu à bruxa. 

D) não acreditou na bruxa.

Gabarito comentado

A resposta correta é a A) não deu atenção ao pedido de casamento.

A expressão "nem ligou" indica que o príncipe ignorou completamente o pedido da bruxa, demonstrando desinteresse e desdém. As outras opções não capturam a nuance de desprezo presente na expressão.

(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

Duas Almas

Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada, 

entra, e sob este teto encontrarás carinho: 

eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho, 

vives sozinha sempre, e nunca foste amada... 

A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,

e a minha alcova tem a tepidez de um ninho. 

Entra, ao menos até que as curvas do caminho 

se banhem no esplendor nascente da alvorada. 

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa, 

essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,

podes partir de novo, ó nômade formosa! 

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha. 

Há de ficar comigo uma saudade tua... 

Hás de levar contigo uma saudade minha...

WAMOSY, Alceu. Livro dos Sonetos. L&PM. 

Questão 4. No verso "e a minha alcova tem a tepidez de um ninho" (v. 6), a expressão sublinhada dá sentido de um lugar:

A) aconchegante. 

B) belo. 

C) brando.

D) elegante. 

Gabarito comentado

A resposta correta é a A) aconchegante.

A palavra "tepidez" significa ameno, morno, e, combinada com a imagem de um ninho, evoca um lugar acolhedor, confortável e seguro. As outras opções não traduzem a sensação de conforto e proteção presentes na expressão.

Questão 5. No trecho “Oh, meu anjo...”, a palavra destacada sugere

A) admiração.

B) impaciência.

C) invocação.

D) saudação.

Gabarito comentado

A questão pede para identificar a sugestão da palavra "anjo" no trecho "Oh, meu anjo...". Vamos analisar cada alternativa:

• A) admiração: A palavra "anjo" pode expressar admiração, mas no contexto da frase, parece mais um chamado do que uma expressão de beleza ou encantamento.

• B) impaciência: A interjeição "Oh" pode indicar impaciência, mas a palavra "anjo" não transmite essa ideia.

• C) invocação: "Invocar" significa chamar por ajuda ou proteção. A frase "Oh, meu anjo..." sugere que a pessoa está pedindo auxílio ao seu anjo da guarda, o que se encaixa perfeitamente na ideia de invocação.

• D) saudação: "Saudar" significa cumprimentar. A frase poderia ser interpretada como uma saudação, mas o tom de súplica ("me ajude") indica que o objetivo principal não é apenas cumprimentar o anjo.

Portanto, a alternativa correta é a letra C) invocação. A palavra "anjo" no trecho "Oh, meu anjo..." sugere que a pessoa está invocando seu anjo da guarda, chamando por sua proteção e ajuda.

Questão 6. No trecho “Quando o peguei com o caderno naquelas mãos meladas...”, a palavra destacada se refere

A) aos versinhos para Claudinha.

B) ao Kikinho.

C) ao diário.

D) ao chocolate melado.

Gabarito comentado

Claro, vamos analisar a questão juntos.

A questão pede para identificar a quem se refere a palavra destacada "peguei" no trecho: "Quando o peguei com o caderno naquelas mãos meladas...".

Para responder corretamente, precisamos entender o contexto do texto. O narrador está descrevendo o momento em que flagra Kikinho com seu diário.

• "o peguei": Essa expressão se refere ao momento em que o narrador viu Kikinho com o caderno.
• "com o caderno": Esta parte da frase indica que Kikinho estava manuseando o diário do narrador.
• "naquelas mãos meladas": Essa descrição se refere às mãos de Kikinho, que estavam sujas de chocolate ou algo parecido.

Portanto, a palavra "peguei" se refere ao Kikinho.

A resposta correta é a alternativa B) ao Kikinho.

As outras alternativas estão incorretas porque:

• A) aos versinhos para Claudinha: Não há menção de versinhos nesse trecho do texto.
• C) ao diário: O diário é o objeto que Kikinho está manuseando, não a pessoa que está com as mãos sujas.
• D) ao chocolate melado: O chocolate melado é apenas uma descrição das mãos de Kikinho, não a pessoa em si.

Leia o texto para responder a questão abaixo:

O Pavão

E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.

Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.

Questão 7. No 2º parágrafo do texto, a expressão “ATINGIR O MÁXIMO DE MATIZES” significa o artista

A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.

B) conseguir o maior número de tonalidades.

C) fazer com que o pavão ostente suas cores.

D) fragmentar a luz nas bolhas d’água.

Gabarito comentado

A questão pede para identificar o que significa a expressão "atingir o máximo de matizes" no contexto do 2º parágrafo do texto. O parágrafo descreve como o pavão, através da interação da luz com minúsculas bolhas d'água em suas penas, consegue exibir uma variedade de cores sem utilizar pigmentos tradicionais.

A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.

Essa alternativa está relacionada ao processo físico que ocorre nas penas do pavão, onde a luz se fragmenta como em um prisma, resultando em um espectro de cores. No entanto, a expressão "atingir o máximo de matizes" se refere à capacidade do artista de criar uma ampla gama de cores, não apenas refletir as cores do arco-íris.

B) conseguir o maior número de tonalidades.

Essa alternativa é a que melhor se encaixa no contexto. "Matizes" são variações de cor, e "atingir o máximo" significa alcançar o maior número possível dessas variações. O artista, assim como o pavão, busca criar o maior número de tonalidades diferentes através de elementos simples.

C) fazer com que o pavão ostente suas cores.

Essa alternativa se concentra no resultado final do processo, que é o pavão exibindo suas cores. No entanto, a expressão "atingir o máximo de matizes" se refere ao processo criativo em si, não apenas à exibição das cores.

D) fragmentar a luz nas bolhas d'água.

Essa alternativa descreve o mecanismo pelo qual a luz é transformada em cores nas penas do pavão. No entanto, a expressão "atingir o máximo de matizes" se refere ao objetivo do artista de criar a maior variedade possível de cores, não apenas fragmentar a luz.

Portanto, a alternativa correta é a letra B) conseguir o maior número de tonalidades.

A expressão "atingir o máximo de matizes" significa que o artista, assim como o pavão, busca criar a maior variedade possível de cores através de elementos simples, como água e luz. Essa busca pela variedade de cores é uma forma de expressar sua criatividade e alcançar o máximo de beleza e esplendor em sua obra.

Leia o texto para responder a questão abaixo:

“Chatear” e “encher”

Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer da cidade.

— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?

— Aqui não tem nenhum Valdemar.

Daí a alguns minutos você liga de novo:

— O Valdemar, por obséquio.

— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.

— Mas não é do número tal?

— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.

Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:

— Por favor, o Valdemar chegou?

— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?

— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.

— Não chateia.

Daí a dez minutos, liga de novo.

— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.

Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:

— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?

CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35.

Questão 8. No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar” (ℓ. 9), o emprego do termo sublinhado sugere que o personagem, no contexto,

A) era gentil.

B) era curioso.

C) desconhecia a outra pessoa.

D) revelava impaciência.

Gabarito comentado

A questão pede para analisar o trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar” (ℓ. 9) e identificar a intenção do personagem ao utilizar o termo "cavalheiro".

A resposta correta é a alternativa D) revelava impaciência.

Justificativa:

• Contexto: O trecho faz parte de uma sequência de diálogos telefônicos em que o personagem (que não é o Valdemar) está sendo incomodado repetidamente por alguém que procura por Valdemar.
• "Cavalheiro" como ironia: A palavra "cavalheiro" é geralmente usada para se referir a um homem de modo educado e respeitoso. No entanto, no contexto da conversa telefônica, o termo é utilizado de forma irônica. O personagem já respondeu várias vezes que não há nenhum Valdemar no escritório e está ficando cada vez mais irritado com a insistência da pessoa do outro lado da linha.
• Impaciência: A escolha da palavra "cavalheiro" com um tom irônico indica que o personagem está perdendo a paciência e expressando seu incômodo com a situação. Em vez de ser gentil, ele está sendo sarcástico, pois a pessoa que liga insistentemente não está se comportando como um "cavalheiro" ao continuar ligando mesmo após ter sido informado de que Valdemar não trabalha ali.

Em resumo: O termo "cavalheiro" no trecho analisado é utilizado de forma irônica para expressar a impaciência do personagem que está sendo incomodado pelas repetidas ligações em busca de Valdemar.

Leia o texto para responder a questão a seguir:

Cadernos de João

(…) Na última laje de cimento armado, os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada.

De um lado era a cidade grande: de outro, o mar sem jangadas.

O mensageiro subiu e gritou:

- Verdejou, pessoal!

Num átimo, os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram.

Parada a obra.

Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no Nordeste.

(Anibal Machado, Cadernos de João )

Questão 9. De acordo com o texto, a palavra “Verdejou” significa

(A) a saudade dos trabalhadores.

(B) o mar sem jangadas.

(C) a parada da obra.

(D) a chuva caindo no Nordeste.

Gabarito comentado

No contexto do texto "Cadernos de João", a palavra "Verdejou" significa (D) a chuva caindo no Nordeste.

Entendendo o contexto:

• Os trabalhadores cantam a nostalgia da terra ressecada, ou seja, sentem falta da terra onde chove e a vegetação é verde.
• O mensageiro grita "Verdejou!", indicando que a chuva chegou ao Nordeste, trazendo a esperança de que a terra volte a ser fértil.
• A obra é interrompida e os trabalhadores retornam para suas terras, pois a chuva significa a possibilidade de plantar e colher.
• O construtor amaldiçoa a chuva, pois ela o impede de continuar a construção, mas, ao mesmo tempo, ela é a razão para a partida dos trabalhadores.

Em resumo: "Verdejou" é um grito de esperança que anuncia a chegada da chuva no Nordeste, permitindo que os trabalhadores retornem para suas terras e reiniciem suas vidas.

Leia o texto para responder a questão a seguir:

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.

Mas invento palavras

que traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

Intransitivo

Teadoro, Teodora.

http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/neo.htm

Questão 10. O sentido da palavra do título - Neologismo - está ratificado no seguinte verso:

A) “Beijo pouco, falo menos ainda”.

B) “Mas invento palavras”.

C) “É mais cotidiana”.

D) “Intransitivo”.

Gabarito comentado

O título "Neologismo" e o sentido da palavra estão diretamente relacionados com o verso (B) "Mas invento palavras".

Justificativa:

• Neologismo significa a criação de novas palavras ou a atribuição de novos significados a palavras já existentes.
• O verso "Mas invento palavras" expressa claramente a ação de criar novas palavras, o que define o neologismo.
• Os outros versos mencionam beijos, fala, ternura e o verbo "teadorar", mas apenas o verso "Mas invento palavras" se refere diretamente à criação de novas palavras, que é a essência do neologismo.

Portanto, a alternativa correta é a (B).

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