Qual é o conflito gerador da narrativa acima?
a) A coragem de Elias ao enfrentar a floresta.
b) A destruição das plantações pela tempestade, deixando a aldeia em perigo.
c) A viagem de Elias à cidade vizinha.
d) A relação de Elias com os moradores da aldeia.
Gabarito comentado:
Alternativa correta: b)
O conflito gerador é o evento ou problema central que impulsiona os acontecimentos da narrativa. No caso desse trecho, a destruição das plantações pela tempestade cria o problema central: a fome iminente que leva Elias a agir.
- a) Incorreto. A coragem de Elias é uma característica do personagem, mas não é o conflito gerador.
- b) Correto. Este é o evento que dá início à ação principal da história, representando o problema a ser resolvido.
- c) Incorreto. A viagem é uma consequência do conflito, não o próprio conflito.
- d) Incorreto. A relação com os moradores não é mencionada como um elemento relevante no trecho apresentado.
Questão 2.
(SAEGO). Leia o texto abaixo.
A lenda da gralha azul
Há muito tempo atrás, a gralha azul era apenas uma gralha
parda, semelhante às outras de sua espécie.
Um dia, a gralha azul resolveu pedir para Tupã lhe dar
uma missão que a faria muito útil e importante. Tupã lhe deu um pinhão, que a
gralha pegou com seu bico com toda força e cuidado. Abriu o fruto e comeu a
parte mais fina. A outra parte mais gordinha resolveu guardar para depois,
enterrando-a no solo. Porém, alguns dias depois ela havia esquecido o local
onde havia enterrado o restante do pinhão. A gralha procurou muito, mas não
encontrou aquela outra parte do fruto.
Porém, ela percebeu que havia nascido na área onde havia
enterrado a semente uma pequena araucária. Então, toda feliz, a gralha azul
cuidou daquela árvore com todo amor e carinho. Quando o pinheiro cresceu e
começou a dar frutos, ela começou a comer uma parte dos pinhões e enterrar a
parte mais gordinha (semente), dando origem a novas araucárias.
Em pouco tempo, conseguiu cobrir grande parte do estado
do Paraná com milhares de pinheiros, dando origem à floresta de araucária.
Quando Tupã
viu o trabalho da gralha azul, resolveu dar um prêmio a
ela: pintou suas penas da cor do céu, para que as pessoas pudessem reconhecer
aquele pássaro, seu esforço e sua dedicação. Assim, a gralha, que era parda,
tornou-se azul.
Disponível em:
<http://zip.net/bmghi5>.
Essa história
termina quando
A) a gralha
enterra uma parte do pinhão.
B) a gralha
resolve cuidar da araucária.
C) Tupã dá um
pinhão para a gralha.
D) Tupã pinta as
penas da gralha.
Justificativa: A história termina quando Tupã reconhece o esforço da gralha e lhe dá um prêmio: pinta suas penas de azul. Esse é o encerramento do enredo.
Questão 3.
(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:
O que dizem as camisetas (Fragmento)
Apareceram tantas camisetas com inscrições, que a gente
estranha ao deparar com uma que não tem nada escrito.
– Que é que ele está anunciando? – indagou o cabo
eleitoral, apreensivo. – Será que faz propaganda do voto em branco? Devia ser
proibido!
– O cidadão é livre de usar a camiseta que quiser –
ponderou um senhor moderado.
– Em tempo de eleição, nunca – retrucou o outro. – Ou o
cidadão manifesta sua preferência política ou é um sabotador do processo de
abertura democrática.
– O voto é secreto.
– É secreto, mas a camiseta não é, muito pelo contrário.
Ainda há gente neste país que não assume a sua responsabilidade cívica, se
esconde feito avestruz e...
– Ah, pelo que vejo o amigo não aprova as pessoas que
gostam de usar uma camiseta limpinha, sem inscrição, na cor natural em que saiu
da fábrica.
(...).
DRUMMOND, Carlos. Moça deitada na
grama. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 38-40.
O conflito em
torno do qual se desenvolveu a narrativa foi o fato de:
A) alguém
aparecer com uma camiseta sem nenhuma inscrição.
B) muitas
pessoas não assumirem sua responsabilidade cívica.
C) um senhor
comentar que o cidadão goza de total liberdade.
D) alguém
comentar que a camiseta, ao contrário do voto, não é secreta.
Justificativa: Todo o conflito gira em torno da surpresa e do debate causado por uma pessoa que não usava uma camiseta com dizeres, diferentemente da maioria.
Questão 4.
(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:
A beleza total
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria
Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as
pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro
de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se
atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.
A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam
à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de
ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes
houvesse voltado logo para casa.
O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes
de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua
mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.
Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o
seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por
falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para
sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então
enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes
continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos
plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.
O conflito
central do enredo é desencadeado
A) pela extrema
beleza da personagem.
B) pelos
espelhos que se espatifavam.
C) pelos
motoristas que paravam o trânsito.
D) pelo suicídio
do mordomo.
Justificativa: É a beleza fora do comum de Gertrudes que causa os eventos inusitados e o desenrolar da narrativa, como engarrafamentos e suicídio do mordomo.
Questão 5.
Leia o texto abaixo.
E.C.T.
Tava com um cara que carimba postais
Que por descuido abriu uma carta que voltou Levou
um susto que lhe abriu a boca
Esse recado veio pra mim, não pro senhor.
Recebo crack, colante, dinheiro parco embrulhado
Em papel carbono e barbante, até cabelo cortado
Retrato de 3 x 4 pra batizado distante
Mas isso aqui meu senhor, é uma carta de amor
Levo o mundo e não vou lá
Mas esse cara tem a língua solta
A minha carta ele musicou
Tava em casa, a vitamina pronta
Ouvi no rádio a minha carta de amor
Dizendo “eu caso contente, papel passado, presente
Desembrulhado, vestido, eu volto logo me espera
Não brigue nunca comigo, eu quero ver nossos filhos
O professor me ensinou a fazer uma carta de amor”
Leve o mundo que eu vou já
Nando Reis, Marisa Monte, Carlinhos
Brown
O verso “Tava
com um cara que carimba postais” é um exemplo de linguagem
A) coloquial.
B) formal.
C) jornalística.
D) literária.
Justificativa: A linguagem usada no verso “Tava com um cara que carimba postais” é informal, próxima da oralidade cotidiana, típica da linguagem coloquial.
Questão 6. Leia
o texto para responder a questão abaixo:
A outra noite, Rubem Braga
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma
noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui.
Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o
trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava
um luar indo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram,
vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas. Uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer
aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
— O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua
conversa. Mas tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e
torpe havia uma outra − pura, perfeita e linda.
— Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu
fechado de chuva.
Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se
sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
— Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa
noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu
lhe tivesse feito um presente de rei.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana.
Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960.
O fato que
desencadeou a história foi
A) a viagem a
São Paulo.
B) o mau tempo
em São Paulo.
C) o
agradecimento do taxista.
D) a conversa
ouvida pelo taxista.
Justificativa: O momento decisivo da narrativa ocorre quando o taxista ouve a conversa sobre o luar acima das nuvens, o que provoca uma mudança em seu comportamento e reflexão.
Questão 7. Leia
o texto para responder a questão abaixo:
Tatuagem
Enfermeira inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no
peito pedindo para não proceder a manobras de ressuscitação em caso de parada
cardíaca. (Mundo Online, 4, fev., 2003)
Ela não era enfermeira (era secretária), não era inglesa
(era brasileira) e não tinha 78 anos, mas sim 42; bela mulher, muito
conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a
mesma coisa. Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia. O homem não
comentou: perguntou apenas o que era para ser tatuado.
– É bom você anotar – disse ela – porque não será uma
mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
– “Em caso de que eu tenha uma parada cardíaca” – ditou
ela –, “favor não proceder à ressuscitação”. Uma pausa, e ela continuou:
– “E não procedam à ressuscitação, porque não vale a
pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para
tatuar, e quanto mais tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando.(...). Àquela altura o tatuador,
homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história (...). E antes que
ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la.
– Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo o que a
senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres.
Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois,
convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem. (...).
Ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu próprio peito. Nada de
muito artístico (...).
Mas cada vez que ela vê essa tatuagem, ela se sente
reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como se tivesse vivendo uma
nova, e muito melhor, existência.
(Moacyr Scliar, Folha de S. Paulo,
10/03/2003.)
O fato gerador
do conflito que constrói a crônica é a secretária
A) ser mais
jovem que a enfermeira da notícia.
B) concluir que
a vida não vale a pena.
C) achar
romântica a história da enfermeira
D) ter se
envolvido com o tatuador.
Justificativa: O conflito é gerado quando a personagem quer tatuar uma mensagem dizendo que não quer ser ressuscitada porque acredita que a vida não vale a pena, revelando sua angústia.
Questão 8. Leia
o texto para responder a questão a seguir:
Conversa fiada
Era uma vez um homem muito velho que, por não ter muito o
que fazer, ficava pescando num lago.
Era uma vez um menino muito novo que também não tinha
muito o que fazer e ficava pescando no mesmo lago.
Um dia, os dois se encontraram, lado a lado, na pescaria,
e no mesmo momento, exatamente no mesmo instante, sentiram aquela puxadinha que
indica que o peixe mordeu a isca. [...] Quando apareceram os respectivos
peixes, porém, decepção: o peixe do menino era muito velho e o peixe do velho era
muito novo!
O velho disse para o menino:
– Você não pode pescar esse peixe tão velho!
Deixe que ele viva o pouco da vida que lhe resta.
O menino respondeu:
– E o que você vai fazer com este peixe tão novo? Ele é
tão pequeno... deixe que ele viva mais um pouco!
O velho e o menino olharam um para o outro e, sem perder
tempo, jogaram os peixes no lago.
Ficaram amigos e agora, quando não têm muito o que fazer,
vão até o lago, cumprimentam os peixes e matam o tempo jogando conversa fora.
FRATE, Diléa. Histórias para Acordar.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1996
O fato
responsável pelo desenrolar da história é
A) o encontro e
a pescaria do menino com o velho no lago.
B) o peixe do
velho ser muito velho.
C) o peixe do
menino ser novo e pequeno.
D) o retorno dos
peixes ao lago.
Justificativa: Esse encontro é o ponto de partida da história, desencadeando toda a reflexão e o desenvolvimento do enredo.
Questão 9. Leia o texto para responder a questão a seguir:
Cuitelinho
Cheguei na beira do porto onde as ondas se 'espaia'
As 'garça' dá meia volta e senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta, que o botão de rosa caia
Ai quando eu vim da minha terra despedir da 'parentaia'
Eu entrei no Mato Grosso bem em terras paraguaias lá
tinha revolução, enfrentei forte 'bataia'
A tua saudade corta como aço de 'navaia' o coração
fica 'afrito', uma bate a outra 'faia'
Os 'zoio' se enchem d'água que até a vista se 'atrapaia'
A tua saudade corta como aço de 'navaia' o coração
fica 'frito', uma bate a outra 'faia'
Os 'zoio' se enchem d'água que até a vista se 'atrapaia'
Paulo Vanzolini / Antônio Xandó
http://letras.terra.com.br/almir-sater/649536/
O texto
apresenta muitas marcas da língua oral. Trecho que confirma essa afirmativa é
(A) “Cheguei na
beira do porto”
(B) “Eu entrei
no Mato Grosso!”
(C) “A tua
saudade corta”
(D) “Os 'zoio'
se enchem d'água”
✅ Correta. A palavra “zoio” é uma variação popular e oral de “olhos”, mostrando claramente o uso da linguagem informal e falada.
As demais opções, embora informais, não trazem uma marca tão evidente da oralidade quanto a palavra “zoio”.
Questão 10.
Leia o texto abaixo e responda.
VISITA
Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o,
numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas
translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É
um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em
pleno coração da metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as
estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse
salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a
um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e
suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem
mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca
molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la
ao seu alcance sem contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito.
Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso
grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa
caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça.
Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de
esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio
Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me
encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o
matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar
doença.”
Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem
ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam
àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo
urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
GULLAR, Ferreira. O menino e o
arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31. São Paulo: Ática, 2001. p.
88-89
Com base na
leitura do texto, pode-se concluir que a questão central é
A) a presença
inesperada de um inseto do mato na cidade.
B) a saudade dos
amigos de infância
C) a vida
agitada da grande cidade.
D) a preocupação
com a proteção aos animais.
Gabarito comentado:
✅ Correta. Todo o texto gira em torno da surpresa e do impacto causado pela aparição de um inseto (um "macaquinho voador") em plena cidade grande, levando o narrador a lembrar da infância e de sua terra natal.
As outras opções tratam de aspectos secundários ou consequências emocionais, mas não são o foco principal da crônica.
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