Questão 1. No trecho acima, é possível identificar relações de causa e consequência. Assinale a alternativa correta:
a) A causa das enchentes foi o estado de emergência declarado pelas autoridades.
b) As enchentes foram a causa direta da falta de manutenção nas redes de esgoto.
c) A falta de manutenção nas redes de esgoto foi a causa, e as enchentes, uma das consequências.
d) O estado de emergência foi a causa das famílias deixarem suas casas.
Gabarito Comentado:
Alternativa Correta: c)
A falta de manutenção nas redes de esgoto é apresentada no texto como a causa principal. A consequência direta dessa causa foi o surgimento das enchentes. Adicionalmente, as enchentes provocaram outra consequência: a necessidade de famílias deixarem suas casas e a declaração de estado de emergência pelas autoridades.
Por que as demais estão erradas?
- a) Está incorreta, pois o estado de emergência é uma consequência, e não uma causa.
- b) A relação está invertida; as enchentes não causaram a falta de manutenção, mas o contrário.
- d) Embora o estado de emergência e a saída das famílias estejam conectados, o texto indica que isso foi resultado das enchentes, que por sua vez decorrem da falta de manutenção.
Questão 2.
(AREAL). Leia o texto abaixo.
Chamou por quê?
[...] As novas tecnologias operam mudanças espantosas
[...]. As pessoas parecem ter cada vez menos tempo [...] para falar ao
telefone. Está acabando a época das chamadas espontâneas.
“Deu uma saudade e resolvi ligar para saber como você
anda” está sendo substituído, ou pelo menos antecedido, por um SMS ou mensagem
no WhatsApp do tipo “Td bem com vc? Posso dar uma ligada?”.
É curioso perceber como muitas pessoas consideram uma
invasão de privacidade receber uma chamada inesperada no meio da tarde. [...]
Curioso a gente pensar que, quando os celulares ganharam o mundo, na década de
1980, a autonomia de falar com alguém em deslocamento foi um grande avanço
[...].
Cerca de 30 anos depois, as chamadas são indesejáveis e
até invasivas. Em tempo de conectividade máxima, o bacana é você poder se
comunicar (não necessariamente “falar”) com muitas pessoas ao mesmo tempo e
podendo executar outras tarefas simultaneamente.
Em um mundo em constante correria, falar 10 ou 15 minutos
com alguém ao telefone pode ser entendido como perda de tempo.
Entre os mais jovens, o fenômeno é ainda mais evidente.
[...]
No adolescente, a conversa (mesmo ao telefone) pode ser
um problema. Às vezes mais tímidos e envergonhados no contato verbal ou físico com
o outro, atrás da tela de um computador ou do teclado de um celular eles se
soltam muito mais. No papo, eles podem se sentir peixes fora d’água. No texto,
eles incorporam tubarões, dizendo coisas inimagináveis!
Mas a tendência não é exclusiva dos jovens. Na medida em
que as novas tecnologias de comunicação ganham as gerações mais velhas, a voz
vai cedendo espaço ao texto breve [...] típico de relações mais diretas. [...]
O mais duro é perceber que também não sou exceção. Há
anos, meu celular só fica no modo “vibracall”, ou seja, faz tempo que ele não
“chama” de verdade. Em casa, quando o fixo toca, me incomodo. É quase como
alguém bater à porta sem avisar. [...] Será que vamos todos ficar cada vez mais
calado, enquanto os dedos e os olhos não param?
BOUER, Jairo. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,chamou-por-que,1108692,0.htm>.
Fragmento.
De acordo com
esse texto, os adolescentes preferem se comunicar pelo teclado do celular
porque
A) consideram as
ligações intrusivas.
B) ficam mais
desinibidos.
C) poupam mais
tempo.
D) preferem as conversas simultâneas.
Gabarito Comentado:
B) ficam mais desinibidos.
Questão 3.
(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff,
levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das
dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas
de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi
tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo,
gaguejando, pediu ao pai:
– Me ajuda a olhar!
GALEANO, Eduardo. O livro dos
abraços. Trad. Eric Nepomuceno 5ª ed. Porto Alegre: Editora L & PM,
1997.
O menino ficou
tremendo, gaguejando porque
A) a viagem foi
longa.
B) as dunas eram
muito altas.
C) o mar era
imenso e belo.
D) o pai não o ajudou a ver o mar.
Gabarito Comentado:
C) o mar era imenso e belo.
Questão 4.
Leia o texto para responder a questão abaixo:
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras;
Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias
Na poesia, o
poeta pretende
A) não retornar
mais à sua pátria apesar de suas belezas.
B) enaltecer sua
pátria, considerando-a superior à terra do exílio.
C) demonstrar as
belezas naturais de sua pátria.
D) recordar os bosques, as várzeas, as palmeiras e o canto do Sabiá.
Gabarito Comentado:
A "Canção do Exílio" expressa um profundo sentimento de saudade e exaltação da pátria do poeta, contrastando suas belezas com o lugar onde ele se encontra exilado. Ele idealiza sua terra natal, considerando-a superior ao local onde vive no momento. Portanto, a resposta correta é:
B) enaltecer sua pátria, considerando-a superior à terra do exílio.
Admirável Chip Novo, Pitty
Pane no sistema alguém me desconfigurou
onde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vêm eles novamente, eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor
[...]
Fonte:
http://letras.terra.com.br/pitty/
A forma como os
verbos são utilizados nas segunda e terceira estrofes da letra da música
reforça a ideia de
A) ordem, pois o
eu da música é governado por um sistema.
B) alegria, pois
o eu do texto concorda com o sistema.
C) desejo, pois
o eu da música era livre.
D) revolta, pois o eu do texto critica o sistema.
Gabarito Comentado:
A) ordem, pois o eu da música é governado por um sistema.
Questão 6.
Leia o texto para responder a questão abaixo:
Quintais, Adriana Lisboa
Na casa do meu avô, havia quatro quintais. No principal,
o portão se abria para a rua, e ali ficava a casa propriamente dita, e por cima
do muro baixo a gente via as cabeças das pessoas que passavam pela rua, sempre
tão devagar. Às vezes vinha dar na varanda o cheiro do rio, um cheiro de pano e
de barro. Na garagem descoberta, sobre os cascalhos, dormia a Variant marrom do
meu avô.
À esquerda, separado por um muro com uma passagem, ficava
o universo dos abacateiros e o quartinho que o meu avô chamava de Petit
Trianon.
Nós apanhávamos abacates para fazer boizinhos com palitos
de fósforo. O Petit Trianon eu não me lembro para que servia, ficava quase
sempre fechado. Mas eu tinha pesadelos com ele.
À esquerda, separado por outro muro com outra passagem,
ficava um universo híbrido em que cabiam orquídeas numa estufa, galinhas,
goiabeiras [...]
À direita do quintal principal, ficava o último, e quase
proibido. Havia o muro, mas na passagem tinha um portãozinho baixo de madeira,
que às vezes a gente pulava por prazer. [...]
Fonte:
http://www.releituras.com/adrilisboa_quintais.asp
No trecho do
terceiro parágrafo “Mas eu tinha pesadelos com ele.”, a palavra grifada se
refere ao
A) muro com uma
passagem.
B) avô.
C) quartinho.
D) cheiro de chuva.
Gabarito Comentado:
No trecho "Mas eu tinha pesadelos com ele.", o pronome "ele" retoma o substantivo mais próximo que faz sentido no contexto, que é "o quartinho que o meu avô chamava de Petit Trianon". Portanto, a resposta correta é:
C) quartinho.
Questão 7.
Leia o texto para responder a questão abaixo:
Tatuagem
Enfermeira inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no
peito pedindo para não proceder a manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca. (Mundo Online, 4, fev., 2003)
Ela não era enfermeira (era secretária), não era inglesa
(era brasileira) e não tinha 78 anos, mas sim 42; bela mulher, muito
conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa. Foi procurar um tatuador,
com o recorte da notícia. O homem não comentou: perguntou apenas o que era para
ser tatuado.
– É bom você anotar – disse ela – porque não será uma
mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
– “Em caso de que eu tenha uma parada cardíaca” – ditou
ela –, “favor não proceder à ressuscitação”. Uma pausa, e ela continuou:
– “E não procedam à ressuscitação, porque não vale a
pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para
tatuar, e quanto mais tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando.(...). Àquela altura o tatuador,
homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história (...). E antes que
ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la.
– Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo o que a
senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres.
Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois,
convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem. (...).
Ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu próprio peito. Nada de
muito artístico (...).
Mas cada vez que ela vê essa tatuagem, ela se sente
reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como se tivesse vivendo uma
nova, e muito melhor, existência.
(Moacyr Scliar, Folha de S. Paulo,
10/03/2003.)
O trecho do
texto que retrata a consequência após o encontro da secretária com o tatuador é
A) “Foi procurar
um tatuador, com o recorte da notícia”.
B) “Ele apanhou
um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar”.
C) “E na tes que
ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la”.
D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.
Gabarito Comentado:
O trecho que retrata a consequência direta do encontro da secretária com o tatuador é o final da narrativa, onde se informa que eles estão vivendo juntos e se dão bem após ele consolá-la e convidá-la para sair. Portanto, a resposta correta é:
D) “Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.
Questão 8.
Leia o texto para responder a questão abaixo:
É preciso se levantar cedo?
A partir do momento em que a lógica popular desenrola
diante de nós sua sequência de surpresas, é inevitável que vejamos surgir a
figura do grande contador de histórias turco, Nasreddin Hodja. Ele é o mestre
nessa matéria. Aos seus olhos a vida é um despropósito coerente, ao qual é
fundamental que nós nos acomodemos.
Deste modo, quando era jovem ainda, seu pai um dia lhe
disse:
– Você devia se levantar cedo, meu filho.
– E por quê, pai?
– Porque é um hábito muito bom. Um dia eu me levantei ao
amanhecer e encontrei um saco de ouro no meu caminho.
– Alguém o tinha perdido na véspera, à noite?
– Não, não – disse o pai. – Ele não estava lá na noite
anterior. Senão eu teria percebido ao voltar para casa.
– Então – disse Nasreddin –, o homem que perdeu o ouro
tinha se levantando ainda mais cedo.
Você está vendo que esse negócio de levantar cedo não é
bom para todo mundo.
(CARRIÈRE, Jean-Claude. O círculo dos
mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Códex, 2004.)
O diálogo entre
pai e filho permite entender que
A) pai e filho
não se dão bem.
B) pai e filho
têm os mesmos hábitos.
C) pai e filho
encontraram um saco de ouro.
D) pai e filho pensam de forma diferente.
Gabarito Comentado:
D) pai e filho pensam de forma diferente.
Questão 9.
Leia o texto para responder a questão a seguir:
O NAMORO NA ADOLESCÊNCIA
Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de
vários ingredientes: a começar pela família, que não seja muito rígida e
atrasada nos seus valores, seja conversável e, ao mesmo tempo, tenha limites
muito claros de comportamento. O adolescente precisa disto, para se sentir
seguro. O outro aspecto tem a ver com o próprio adolescente e suas condições
internas que determinarão suas necessidades e a própria escolha. São fatores
inconscientes, que fazem que a Mariazinha se encante com o jeito tímido do João
e não dê pelota para o herói da turma, o Mário.
Aspectos situacionais, como a relação harmoniosa ou não
entre os pais do adolescente, também influenciarão no seu namoro. Um
relacionamento onde um dos parceiros vem de um lar em crise é, de saída, dose
de leão para o outro, que passa a ser utilizado como anteparo de todas as dores
e frustrações. Geralmente, esta carga é demais para o outro parceiro, que
também enfrenta suas crises pelas próprias condições de adolescente. Entrar em
contato com outra pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao
mesmo tempo, não massacrá-la de exigências, e não ter medo de se entregar, é
tarefa difícil em qualquer idade. Mas é assim que começa este aprendizado de
relacionar-se afetivamente e que vai durar a vida toda.
(Marta Suplicy)
Vocabulário:
anteparo – s.m. Objeto que serve para
proteger, resguardar.
De acordo com o
texto, a frase: “Mas é assim que começa este aprendizado de relacionar-se
afetivamente e que vai durar a vida toda.” refere-se à seguinte fase do
aprendizado:
A) as fases do
namoro: começo, meio e fim.
B) a forma
positiva de como o namoro deve acontecer.
C) ao namoro que
inicia na adolescência.
D) aos ingredientes necessários ao namoro.
Gabarito Comentado:
C) ao namoro que inicia na adolescência.
Questão 10.
Leia o texto para responder a questão a seguir:
A exploração da madeira na Amazônia
Cerca de 600 mil pessoas vivem da madeira na região
Norte, destruindo anualmente milhares de quilômetros quadrados de florestas, ao
que se soma a destruição na região Centro-Oeste e o pouco que resta da mata
Atlântica. Em 1999, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
ocorreram, entre julho e dezembro, mais de 1000 focos de incêndio por dia na
Amazônia, dois terços deles em Mato Grosso, no Pará e em Rondônia. A isto se
soma o envenenamento dos rios provocado pelas descargas de mercúrio dos
garimpos. Os números da destruição de nossas florestas têm crescido a cada ano
e algumas áreas do país já sofreram o fenômeno da desertificação.
(Português: linguagens, 7ª
série/William Roberto Cereja, Thereza Analia Cochar Magalhães. – São Paulo:
Atual, 1998.)
Sabemos que
fatos como este continuam acontecendo e que cada vez mais nosso planeta está
sendo ameaçado. A consequência que o fenômeno da desertificação acarretará às
gerações futuras e ao nosso planeta é
A) o aumento
gradual de focos de incêndio por dia na Amazônia.
B) a destruição
anual de milhares de quilômetros quadrados de florestas.
C) o aumento da
produção de madeira legal na região Norte do país.
D) a destruição dos garimpos em Mato Grosso, Pará e em Rondônia.
Gabarito Comentado:
O texto discute a exploração da madeira na Amazônia e suas consequências, incluindo o fenômeno da desertificação. A desertificação é um processo de degradação da terra que leva à perda de sua capacidade produtiva. Para as gerações futuras e para o planeta, essa consequência trará a diminuição de áreas férteis, problemas ambientais e dificuldades para a manutenção da vida. Portanto, a resposta correta é:
Resposta: A questão não apresenta opções que descrevam adequadamente as consequências da desertificação para as gerações futuras e o planeta. As opções focam em outras consequências da exploração da madeira.
Sugestão de correção para a Questão 10: Uma opção mais adequada seria algo como:
- A) a diminuição da disponibilidade de recursos naturais e o aumento de áreas improdutivas.
- B) graves desequilíbrios ambientais, afetando a biodiversidade e o clima global.
Considerando as opções fornecidas, a que mais se aproxima de uma consequência indireta, mas relacionada, é:
B) a destruição anual de milhares de quilômetros quadrados de florestas.
Embora não seja a desertificação em si, a destruição das florestas é uma das causas da desertificação e certamente impactará as gerações futuras.
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