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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

[GABARITO] AULA 6 - Variação Linguística - 9 ANO

  


Questão 1. Leia e responda:

Marina caminhava rápido pelo corredor da escola. A cada passo, sentia como se os pensamentos pesassem mais que a mochila. “Se eu tivesse falado diferente… talvez ele tivesse entendido”, repetia em silêncio. Recordava-se da conversa com o amigo: ela usou gírias regionais, ele achou que estava sendo rude. Agora, Marina não sabia se o mal-entendido vinha das palavras ou do medo de perder a amizade.

O conflito vivido por Marina envolve uma situação de incompreensão causada por:

A) Diferença geracional.

B) Variação regional.

C) Variação de registro formal.

D) Variação histórica da língua.

Resposta: B) Variação regional.

Comentário:
Marina percebe que o amigo não entendeu suas gírias porque elas são típicas de sua região. Quando palavras, expressões ou pronúncias mudam conforme o lugar, temos variação regional (ou diatópica). Não se trata de idade (geracional), nem de formalidade, nem de história da língua.

Questão 2. Leia e responda:

Luís gostava de observar as pessoas no ponto de ônibus. Cada uma parecia carregar um mundo interno diferente. Naquele dia, ouviu uma senhora dizendo “Tu vais demorar, guri?”, expressão que lhe lembrava o sul do país. Sorriu. “Quando ela fala assim, parece que o tempo abranda”, pensou, sentindo uma paz breve antes do ônibus chegar.

A fala da senhora evidencia:

A) Uso de arcaísmos da língua portuguesa.

B) Um caso de variação regional.

C) Nível de linguagem técnico-científico.

D) Erro gramatical segundo a norma culta.

Resposta: B) Um caso de variação regional.

Comentário:
A expressão “Tu vais demorar, guri?” é típica do sul do Brasil. Ela mostra como regiões diferentes usam estruturas próprias. Não é arcaísmo (palavra antiga), nem registro técnico, e muito menos erro; é apenas uma forma legítima de variação do português.

Questão 3. Leia e responda:

No grupo de mensagens, João sempre escrevia abreviações como “blz”, “tmj”, “qnd”. Para ele, aquilo era natural e eficiente. Contudo, quando precisou escrever um texto para a feira de ciências, percebeu que aquele hábito dificultava sua concentração. Sentiu um aperto no peito: “Será que desaprendi a escrever formalmente?”, pensou.

A diferença entre as formas utilizadas por João no grupo e no texto escolar representa:

A) Alternância entre variação regional e histórica.

B) Alternância entre língua oral e língua estrangeira.

C) Alternância entre registro informal e formal.

D) Alternância entre norma padrão e norma arcaica.

Resposta: C) Alternância entre registro informal e formal.

Comentário:
João usa abreviações no chat porque esse contexto pede um registro informal, rápido e prático. Na feira de ciências, porém, o contexto exige linguagem formal. É uma mudança de registro, não de região, nem de época, nem de língua.


Questão 4. Leia e responda:

Gabriel sempre falava rápido quando estava ansioso. Na entrevista do projeto escolar, notou que saiu dizendo expressões como “nóis vai apresentar” e “as criança gostou”. Ele percebeu o olhar do avaliador, mas manteve a calma. Sabia que sua forma de falar vinha do bairro onde cresceu, mas ainda tinha receio de ser julgado.

As expressões usadas por Gabriel revelam:

A) Apenas desvios sem significado social.

B) Uma variedade estigmatizada associada a grupos sociais específicos.

C) Exemplos de linguagem técnica própria de entrevistas.

D) Um fenômeno de mudança histórica do português europeu.

Resposta: B) Uma variedade estigmatizada associada a grupos sociais específicos.

Comentário:
Formas como “nóis vai” e “as criança” são comuns em comunidades específicas e fazem parte da variação sociolinguística. São variedades estigmatizadas, pois muitas vezes sofrem preconceito, mas não deixam de ser parte legítima da língua. Não são linguagem técnica e nem fenômenos históricos do português europeu.

Questão 5. Leia e responda:

Estela adorava ouvir o avô contar histórias. Ele usava palavras como “alentado”, “vosmecê” e “sapecaia”. Para ela, era como abrir um baú de memórias. O avô dizia que aprendeu tudo com os pais e avós, e que a língua era um fio que ligava gerações. Estela sentia um leve orgulho melancólico ao perceber que quase ninguém da sua idade conhecia aquelas expressões.

As palavras utilizadas pelo avô de Estela indicam:

A) Variação histórica da língua.

B) Apenas gírias da internet.

C) Exemplos de neologismos recentes.

D) Um registro científico especializado.

Resposta: A) Variação histórica da língua.

Comentário:
Palavras como “vosmecê”, “sapecaia” e “alentado” pertencem a estágios mais antigos da língua portuguesa. Elas mostram como a língua muda com o tempo. Não são gírias modernas, nem neologismos, nem linguagem técnica.

Questão 6. Leia o texto e responda:

Quando eu era pequeno, meu avô sempre me chamava de “piá”. Até hoje lembro da risada dele ecoando no quintal. Só anos depois descobri que essa palavra não era comum em todos os lugares, mas isso nunca diminuiu a força daquele som que guardo na lembrança.

A palavra “piá” evidencia:

A) Um processo de formalização da língua.

B) Variação regional ligada ao sul do Brasil.

C) Um termo usado apenas na norma culta padrão.

D) Uma palavra estrangeira incorporada recentemente.

Resposta: B) Variação regional ligada ao sul do Brasil.

Comentário:
A palavra “piá” é um regionalismo típico da região Sul. Está presente em memórias familiares, mas continua sendo um elemento de variação diatópica, pois depende do local onde é usada.

Questão 7. Leia o texto e responda:


Quando minha mãe me acordava cedo para a escola, dizia sempre: “Levanta, menino, que já clareou o dia”. A expressão “clareou o dia” me embalava como um ritual. Depois percebi que meus colegas falavam “o dia amanheceu”. Hoje, as duas expressões convivem em mim como lembranças de mundos diferentes.

A diferença entre “clareou o dia” e “o dia amanheceu” representa:

A) Variação entre norma padrão e norma inadequada.

B) Variação estilística sem relação social ou regional.

C) Variação regional, com formas distintas em diferentes lugares.

D) Variação histórica entre o português medieval e atual.

Resposta: C) Variação regional, com formas distintas em diferentes lugares.

Comentário:
“Clareou o dia” e “amanheceu” são formas diferentes de expressar a mesma ideia. Cada expressão é mais comum em regiões específicas, caracterizando variação regional, e não erro ou variação histórica.

Questão 8. Leia o texto e responda:

No meu primeiro emprego, lembro de como eu falava apressado, cheio de gírias: “Tô ligado”, “de boa”, “suave”. Meu chefe sempre sorria e dizia: “Garoto, você fala igual o pessoal da sua turma”. Hoje entendo que aquelas palavras carregavam a marca do tempo e do grupo social com quem eu convivia.

As gírias usadas pelo narrador são um caso de:

A) Variação social, comum entre grupos de jovens.

B) Erros linguísticos que devem ser evitados em qualquer contexto.

C) Variação histórica, pois são palavras do século XIX.

D) Regionalismo típico das áreas rurais.

Resposta: A) Variação social, comum entre grupos de jovens.

Comentário: Gírias como “suave” e “tô ligado” revelam a identidade de um grupo, neste caso, jovens do mesmo convívio. Isso representa variação social (diastrática), ligada ao grupo ou classe social.

Questão 9. Leia o texto e responda:

Lembro da primeira vez que visitei meus primos no interior. Quando cheguei, uma tia me abraçou e disse: “Ocê tá grande, fio!”. Eu estranhei, mas gostei da sonoridade. Aquele jeito de falar parecia carregar uma doçura que faltava na correria da cidade.

A fala da tia (“Ocê tá grande, fio!”) mostra:

A) Uso de marcas de oralidade e variação regional.

B) Apenas desvios gramaticais sem justificativa.

C) Emprego obrigatório da norma culta no interior.

D) Linguagem formal característica de eventos acadêmicos.

Resposta: A) Uso de marcas de oralidade e variação regional.

Comentário:
Formas como “ocê” e “fio” revelam traços fonéticos e morfológicos comuns a regiões do interior, sendo exemplos de variação regional e também de oralidade, própria de conversas espontâneas.

Questão 10. Leia o texto e responda:

Quando eu voltava da escola, gostava de sentar na calçada com minha avó. Ela contava histórias usando palavras que hoje quase não ouço mais, como “antão”, “cousa” e “alembrar”. Naquele tempo, eu não sabia que carregava na memória pequenos fósseis da língua.

As palavras usadas pela avó indicam:

A) Uso de gírias contemporâneas.

B) Variação histórica, com termos antigos preservados na memória.

C) Erros de grafia que devem ser corrigidos.

D) Linguagem técnica própria de estudos científicos.

Resposta: B) Variação histórica, com termos antigos preservados na memória.

Comentário:
Termos como “cousa”, “antão” e “alembrar” são registros antigos do português, preservados na fala de pessoas mais velhas. Isso caracteriza variação histórica (diacrônica), refletindo mudanças da língua ao longo do tempo.

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